Calheta do Maio vai ter primeira oficina artesanato
Calheta do Maio, 01 de Fevereiro de 2012 – A oficina “Colectivo de Artesãos da Calheta” a ser inaugurada este sábado, 4, na Calheta do Maio, pretende oferecer um trabalho de qualidade e com alto valor, disse o coordenador do projecto, Leão Lopes.
Em declarações à Inforpress, Leão Lopes informou que o projecto nasceu de um pedido da Câmara Municipal do Maio e espera que todos os artesãos da Calheta se engajem para desenvolver a sua arte.
De acordo com a Agência Cabo-verdiana de Notícias, toda a parte de formação técnica e de preparação dos artesãos foi concluída em Outubro, fez saber Leão Lopes, justificando que a infra-estrutura não entrou em funcionamento nessa data devido ao atraso verificado no arranque das obras.
Neste momento, tudo está a seu ultimado para que este sábado todas as condições estejam criadas para que definitivamente o projecto arranque com a máxima força, realçou, Leão Lopes, à Inforpress
Ciente de que a ilha tem um potencial humano bastante grande e matérias-primas interessantes, Leão Lopes acha que “o Maio poderia ter um futuro interessante com o artesanato não só de objectos, mas também ligado a várias áreas de produção”, designadamente de serviços, construção e arquitectura.
“Por isso aceitámos este desafio”, afirmou Leão Lopes, confirmando que a oficina vai ter linhas de produção de objectos de decoração, utilitários, recuperação de chapas de qualquer sucata e construção em que serão produzidas placas de betão.
Segundo a Inforpress, o objectivo, afiançou o ex-ministro da Cultura, é não fechar o artesanato a objectos só de lembranças, devendo a maior parte dos objectos a ser confeccionada na oficina da Calheta destinar-se à exportação.
“Criámos também um secador solar para secagem de peixe e esperamos que venha a ter sucesso, porque identificámos no diagnóstico que a tradição de peixe seco está a desaparecer e aqui é um dos lugares em que dificilmente se encontra peixe seco e quando se encontra é a um preço muito alto, embora o peixe da ilha tenha sido sempre famoso”, explicou Leão Lopes.
Para esse artista de São Vicente, que actualmente dirige a única escola de arte fundada em Cabo Verde, a Mindelo_Escola Internacional de Arte (M_EIA), o artesanato é “uma coisa extraordinariamente aberta” e deve-se oferecer ao mercado nacional objectos que devem ser consumidos aqui.
Dá o exemplo do peixe seco ou de uma mesa que um turista pode não levar, mas que pode ser comercializado no Maio, na Praia, no Mindelo etc. de modo a “introduzir” outras formas de artesanato incluindo o alimentar.
A oficina “Colectivo de Artesãos da Calheta”, afiançou, vai beneficiar directamente 12 artesãos da Calheta, mas qualquer artesão que necessite de um serviço poderá obtê-lo desde que o solicite mediante um pagamento, sendo que os alunos das escolas do ensino básico podem ter aulas de artesanato nesse espaço.
Manuel Silva é um dos responsáveis da oficina que não esconde a sua ansiedade pela entrada em funcionamento do espaço. Afirma-se preparado, assim como os seus colegas artesãos para, a partir de agora, dar o seu contributo para que o artesanato tenha outro rumo na ilha. “Faremos todo o possível para que o projecto venha a ter sucesso”, prometeu.
A cerimónia de inauguração da oficina vai ser presidida pelo ministro de Cultura, Mário Lúcio Sousa.
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