União da Vila do IAPI abriu o carnaval e contou a história da escravidão e independência de Cabo Verde.
A União da Vila do IAPI abriu a primeira noite de
desfiles do Grupo Especial de Porto Alegre e animou o público presente nas
arquibancadas com o refrão: “Chegou a Vila, eterna guerreira! Da cultura afro
brasileira!”.
O Caravela Portuguesa, abre-alas da escola, abriu os
caminhos na avenida como naus que descobriram as ilhas no século XV sob comando
de Diogo Gomes, da coroa de Portugal, que se instalou na região desabitada e
formou colônia até sua independência, em 1975. Na Comissão de Frente, a União
da Vila surpreendeu colocando escravos e navegadores portugueses para integrar
o abre-alas.
No interior da Caravela, escravos africanos apareciam
atrás das grades como prisioneiros, de onde também saía fumaça, efeito
utilizado pela escola para dar mais realidade ao primeiro carro. Os
dentes-de-sabre das fantasias caiam sobre o rosto de escravos e do casal de
mestre sala Suriri e porta-bandeira Suelene. Na Ala das Baianas, as mulheres
usaram vestido todo branco, com detalhes em vermelho, e representaram a África
como berço da humanidade.
No recuo da bateria da escola, um dos melhores momentos
do desfile. De forma inédita no carnaval de Porto Alegre, uma cortina com as
cores da bandeira da União da Vila - e também de Cabo Verde - subiu e tapou a
visão do público enquanto os integrantes trocavam de roupa. Foram alguns
minutos de inovação, até que a bateria ressurgiu novamente vestida como
turistas que visitam o país. A primeira fantasia fazia referência ao regime
político de Cabo Verde, inciado por Aristides Maria Pereira, que ficou no poder
até 1991.
A segunda alegoria traduzia a identidade do arquipélago
que transformou as diversas culturas dos povos, ora escravizados, ora
desbravadores, em independência, como diz o samba-enredo: Oh... Mãe negra, raiz
herdeira / A humanidade te pede perdão / Ressoando um "batuque" de
saudade / Mareja o olhar religiosa escravidão / Desaguando um mar de esperança
/ Exalando o "aroma natural" / Alastrado num Brasil menino / Um doce
perfume da liberdade / Entrelaçando a herança do destino.
A Ala Infantil vestiu fantasias de tartaruga marinha. O
animal é um dos símbolos naturais do arquipélago. Sua longevidade se relaciona
com o amor que os cabo-verdianos têm por sua terra. Já o quinto carro da União
da Vila levava um telão de LED com imagens de pessoas que marcaram a história
de Cabo Verde.
fonte: aqui
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