Proposta de lei sobre taxa de iluminação pública aprovada na globalidade
O diploma que
institui a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública foi
aprovado hoje na globalidade com 39 votos a favor, sendo 37 do PAICV e dois da
UCID, e 20 votos contra do MpD.
O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde
(PAICV - no poder), Julião Varela, justificou o voto a favor do seu partido,
considerando que, além dos investimentos previstos, com este diploma vai se dar
um “grande salto” na resolução do problema da produção e fornecimento de
energia no país.
“Votamos ainda a favor para que em 2020 possamos ter 140
megawatts de energia renovável, uma poupança de cerca de 37 milhões de euros
(cerca de quatro milhões de contos) em importação de combustível, o equivalente
a 75 milhões de litros de fuel óleo ou gasóleo, além de reduzir
substancialmente as emissões do dióxido de carbono”, acrescentou.
Por seu turno, o deputado da União Cabo-verdiana Independente e
Democrática (UCID - oposição) António Monteiro disse acreditar que, criadas as
condições através dos municípios para que se possa cobrar essa taxa de iluminação
pública, a Electra irá responder atempadamente a qualquer solicitação dos
municípios para melhorar iluminação pública que, em si, em Cabo Verde é “um
tanto ou quanto fraca”.
“Entendemos que o valor a ser pago por cada consumidor não é de
todo tão elevado que possa prejudicar o dia-a-dia das famílias e das empresas
cabo-verdianas”, considerou o líder da UCID.
Já a deputada do Movimento para a Democracia (MpD - oposição)
Janine Lélis explicou que o voto contra do seu partido ao diploma deve-se ao
facto de entenderem que esta taxa não vai melhorar o serviço prestado pela
concessionária e não garante iluminação pública.
O MpD sempre considerou esta lei “injusta” na sua aplicação,
porque a proposta estabelece que cada cidadão deve pagar a taxa de acordo com o
consumo de electricidade, sem contudo saber se esse consumidor tem ou não
acesso ao serviço de e iluminação pública.
Trata-se de um diploma que mesmo sem a aprovação da UCID seria
aprovado porque para a sua aprovação era necessária apenas a maioria simples da
votação dos deputados, garantida pelo grupo parlamentar do PAICV que detêm a
maioria absoluta no Parlamento.
O governo havia tentado a cobrança da taxa de iluminação pública
em 2008/2009, mas a mesma foi considerada na altura pelo Supremo Tribunal de
Justiça, enquanto Tribunal Constitucional, como sendo inconstitucional. A mesma
proposta veria a ser retirada das discussões parlamentares em 2010 pelo
Governo.
Foram igualmente aprovados os diplomas que concede ao Governo
autorização legislativa para aprovar o Regime Jurídico das Operações
Urbanísticas, designadamente o loteamento, a urbanização, a edificação e a utilização
e conservação de edifícios, e que estabelece medidas de natureza preventiva e
repressiva contra o terrorismo e o seu financiamento.
Fonte: Inforpress/ExpressodasIlhas
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